Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua é celebrado neste domingo (19).

Pelo menos duzentas moradores de rua participaram, nesta sexta-feira (16), de atividades em alusão ao Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua, data comemorada no dia 19 de agosto.

A programação, que contou com palestras, banho solidário, atendimento psicossocial, corte de cabelo, dentre outras atividades, foi uma iniciativa conjunta entre o poder público e a sociedade civil organizada, que mobilizou a Praça da Matriz, no Centro Histórico de Manaus.

A ação teve o objetivo de dar visibilidade à população de rua, que muitas vezes é esquecida pelas autoridades e pela sociedade em geral. Na ocasião, o público também teve a oportunidade de receber informações sobre prevenção a saúde bucal, ouviu informações sobre temas relacionados as drogas, alcoolismo, doenças sexualmente transmissíveis e ainda pôde resgatar a aparência e o cuidado pessoal com novas vestimentas, banho solidário, kits de higiene bucal e pessoal, e ainda corte de cabelo.

“O dia é para dar mais visibilidade, levar ações de cidadania e realmente para alertar a sociedade que essas pessoas existem. A participação deles, mesmo com a chuva, não se dispersou e em virtude disso, estamos planejando uma nova ação para que a gente estabeleça um calendário de ações contínuas”, explicou a secretária de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Caroline Brás.

Além de secretarias estaduais e do município, movimentos da sociedade civil como a Comunidade Nova e Eterna Aliança e Desafio Jovem Manaus mostraram-se abertos e disponíveis no sentido de ajudar dando o apoio ao público necessitado.

“Nós desenvolvemos um trabalho com o público morador de rua há mais de 23 anos, oferecemos a eles um atendimento qualificado, individual, com o intuito, se possível, de dar uma solução para as demandas deles junto as redes que atendem  de maneira que eles tenham acesso a documentação civil. Nós guardamos os pertences deles, além da alimentação que é oferecida”, destacou o coordenador da comunidade, Atevaldo Menezes. Ele aproveitou a oportunidade para ressaltar que a população em geral pode ajudar a manutenção da casa que fica na rua Visconde de Mauá, Nº 339, no Centro da capital.

Até o momento, não há dados oficias sobre o número dessa população  na capital amazonense – segundo a Sejusc, estima-se que cerca duas mil pessoas vivam nessa condição, sem considerar os imigrantes.

Luta e superação

Na ocasião, também participaram da ação  pessoas que deixaram as ruas  e fizeram questão de passar a mensagem de superação, como fez Rael Aguila. Após morar 15 anos nas ruas do Centro de Manaus, atualmente, ele luta para montar na capital o Movimento da População em Situação de Rua, existente em todo o Brasil.

“Quem quer sair das ruas  precisa procurar os Centros de Referência especializados, como foi meu caso. Quanto ao movimento, está vindo para fiscalizar os órgãos por que as políticas voltadas para essas pessoas não funcionam. A capacidade é pouca, muitos ainda vivem no relento”, contou.

 O acolhimento aos desabrigados é oferecido pelo poder municipal, por meio de dois centros de atendimento: o Serviço de Acolhimento Institucional Amine Daou Lindoso, no Centro, e o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua , situado em Petrópolis, Zona Sul.

 

Fonte: https://www.acritica.com/channels/manaus/news/moradores-de-rua-recebem-atividades-sociais-em-acao-solidaria